Resenha - Respeite o medo, Ana Cristina Soares

“Não ria, não desafie, não se iluda. Respeite o medo.”

Título: Respeite o Medo
Autora: Ana Cristina Soares
Editora: Chiado Editora
Gênero: Contos
Número de páginas: 164


Sinopse: O cara gente boa namora uma vadia, mas acha que ela é uma fofinha. O outro namora uma princesa e nem percebe. A víbora tenta dar um golpe na gordinha sem graça e se dá mal, mas nem tanto. Numa festa cheia de maluco beleza e muitas risadas, as coisas saem totalmente do controle. Não é engraçado. E o pavor inominável, mas antigo que o mundo, espera o tempo que for para vencer. Raiva, cobiça e inveja. Dome-as, controle-as ou elas vão controlar você. Ressentimento. Fúria. Preguiça. São horríveis, impublicáveis e inconfessáveis mas você também já sentiu. Mas pode continuar fingindo que não. Mas, o medo… o Medo é diferente. O Medo é como a Morte. Frio e implacável. E por isso mesmo, incrivelmente belo. Não ria, não desafie, não se iluda. Respeite o medo.


            Com uma capa impactante e um título bem expressivo, o livro da autora Ana Cristina Soares nos sugere um livro com histórias bem assustadoras. Mas, como diz um velho ditado: “Nunca julgue um livro por sua capa”. Assim, o leitor descobre um livro com vinte contos riquíssimos e bem interessantes.
            A autora nos traz histórias sensacionais e bem realistas. Com cenários comuns e personagens que fazem parte do nosso cotidiano. Além de temas bem característicos, como: morte, raiva, traição e inveja. Um ponto muito positivo, pois esses aspectos aproximam ainda mais o leitor do livro.
            Cada texto representa uma situação diferente. E os personagens, em muitos casos são bem intensos, nos revelando até mesmo o lado mais sombrio de suas personalidades. Eles passam por algumas circunstâncias complicadas e precisam tomar decisões difíceis para superar o medo, ou até submeter-se a pagar pelas consequências de suas escolhas. Assim, as páginas são preenchidas de superações a suspense. Outros pontos positivos, pois consegue surpreender e prender o leitor com muita facilidade até o final de cada conto.             
            É impossível até mesmo escolher o melhor texto, pois todos são bem recheados e nos trazem distintas reflexões. Porém, os dois primeiros textos são bem fortes e realmente fazem jus à riqueza da obra. Em “Má companhia”, a autora nos traz uma crítica interessante sobre o julgamento e o poder. E o segundo texto, que rotula o livro, “Respeite o medo”, nos traz a história de Helena. Cheio de suspense e drama, a personagem principal passa por uma situação bem pavorosa desde pequena, ocasionando muitos conflitos interiores, e precisa superar o seu medo.
            No meio de tantas coisas positivas, talvez o ponto chave do livro seja os finais imprevisíveis e nada desejados de algumas histórias. Estamos sempre buscando finais felizes e superações para preencher nossas próprias lacunas. Mas, a autora nos dá um banho de realidade e nos mostra que nem sempre a vida vai ser um mar de rosas e que temos os nossos próprios monstros interiores.   
            Por causa da diversidade de temas e da construção brilhante de várias histórias, talvez o único ponto menor do livro seja a organização dos contos. Se a autora começou com nota dez na escolha de sua primeira história, poderia ter terminado com nota mil. A chave de ouro do ponto final poderia ter ficado com o texto “Cecilia e a Morte” ou até mesmo com “O labirinto”. Dois contos lindíssimos que nos trazem um turbilhão de emoções. Mas, só de tê-los na obra, já é maravilhoso.
            Esse gênero literário começou a fazer parte da minha vida somente no ano passado e confesso que tenho me surpreendido. Respeite o medo veio abrilhantar ainda mais minhas leituras e expectativas. Ana Cristina, que além de escritora é engenheira mecânica, mostrou que não lida muito bem só com números não. Ela tem muito talento não só para escrever, mas sim para nos contar histórias maravilhosas de um jeito simples e delicioso. Me sinto muito privilegiada pela oportunidade de conhecer essa obra fantástica, e essa autora criativa desde o envelope que veio com o livro. Amei!!



Respeite o medo, mas não respeite essa vontade louca de ler e compartilhar essa obra sensacional que eu super recomendo!!



*Ana Cristina Soares é carioca, engenheira mecânica, moradora de Resende. Contista e romancista, publicou seu primeiro livro “Morrer é melhor do que nada”, em 2013.     

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1 Comentários

  1. Amei essa resenha: séria, sincera, comentários que contribuem. Obrigada, Munique pelo carinho!

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